quarta-feira, 2 de junho de 2010

FOI DEUS (Alberto Janes)

Não sei, não sabe ninguém

Porque canto fado, neste tom magoado

De dor e de pranto…

Neste tormento, todo sofrimento

Eu sinto que a alma cá dentro se acalma

Nos versos que canto

Foi Deus, que deu luz aos olhos

Perfumou as rosas, deu ouro ao sol e prata ao luar

Foi Deus que me pôs no peito

Um rosário de penas que vou desfiando e choro a cantar



Pôs as estrelas no céu

Fez o espaço sem fim

Deu o luto as andorinhas

Ai…e deu-me esta voz a mim



Se eu canto, não sei porque canto

Misto de ventura, saudade, ternura ou talvez amor

Mas sei que cantando

Sinto o mesmo quando, se tem um desgosto

E o pranto no rosto nos deixa melhor

Foi Deus, que deu voz ao vento

Luz ao firmamento

E deu o azul às ondas do mar

Foi Deus, que me pôs no peito

Um rosário de penas que vou desfiando e choro a cantar



Fez o poeta o rouxinol

Pôs no campo o alecrim

Deu flores à primavera

Ai…e deu-me esta voz a mim

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