sexta-feira, 11 de junho de 2010

António Ramos Rosa

Não posso adiar o amor para outro século

não posso

ainda que o grito sufoque na garganta

ainda que o ódio estale e crepite e arda

sob as montanhas cinzentas

e montanhas cinzentas



Não posso adiar este braço

que é uma arma de dois gumes amor e ódio



Não posso adiar

ainda que a noite pese séculos sobre as costas

e a aurora indecisa demore

não posso adiar para outro século a minha vida

nem o meu amor

nem o meu grito de libertação



Não posso adiar o coração.



3 comentários:

Só Avulso disse...

Belo poema mesmo e a foto foi muito bem escolhida. ;)

beijinhos***

x disse...

Muito lindo:)
Carpe diem ...

*L.E.S* disse...

lindissimo!